As línguas indígenas da América (ou línguas ameríndias) são as línguas faladas pelos povos indígenas americanos. Apesar de semelhanças características de idiomas provenientes de regiões geograficamente próximas, que possibilitaram a influência entre falantes, estas línguas possuem estruturas variadas e compõem troncos distintos. Conforme estas semelhanças e relações genéticas, são agrupadas em famílias linguísticas que são revisadas constantemente por linguistas. Há línguas que não puderam ser agrupadas em grandes famílias linguísticas são consideradas línguas isoladas, quando não parecem estar associadas a outros idiomas conhecidos, ou permanecem sem classificação, quando não é possível identificar nem mesmo isto.
De acordo com a UNESCO, a maioria das línguas das Américas está sob perigo de extinção, e muitas, que até relativamente recentemente estavam não o haviam sido, já foram de fato extintas.1 A língua indígena mais amplamente falada no continente americano é uma variação dialetal do quíchua, contando com entre 6 e 7 milhões de falantes.
No Brasil, uma estimativa citada da quantidade de línguas ameríndias faladas as limita a menos de 1802. No entanto, mesmo este número nao é consensual entre pesquisadores da área, devido, entre outras questões, às dificuldades intrínsecas a diferenciação entre línguas e dialetos. Além da subjetividade e da política envolvidas na configuração do status das linguas, há falta de informações e dados sobre estas línguas e seus falantes, o que dificulta e até impossibilita a tarefa de contabilização destas.
Línguas da América do Norte (Glottolog 2019):3
Famílias
<img src="Langs_N.Amer.png" title="Famílias linguísticas da América do Norte" width="350" alt="Famílias linguísticas da América do Norte" /> <img src="Isolated_North_America.png" title="Línguas isoladas (preto), línguas quase isoladas (cinza escuro) e línguas não-classificadas (cinza claro) na América do Norte" width="350" alt="Línguas isoladas (preto), línguas quase isoladas (cinza escuro) e línguas não-classificadas (cinza claro) na América do Norte" />
Línguas isoladas
Línguas da América do Sul (Lyle Campbell 2012):4
Famílias linguísticas da América do Sul
Línguas isoladas ou não classificadas
<img src="SouthAmerican_families.png" title="Algumas famílias linguísticas da América do Sul" width="300" alt="Algumas famílias linguísticas da América do Sul" /> <img src="Isolates_South_America.png" title="Línguas isoladas (preto), línguas quase isoladas (cinza escuro) e línguas não-classificadas (cinza claro) na América do Sul" width="300" alt="Línguas isoladas (preto), línguas quase isoladas (cinza escuro) e línguas não-classificadas (cinza claro) na América do Sul" />
Línguas da América do Sul (Marcelo Jolkesky 2016):6
Famílias linguísticas da América do Sul7
Línguas isoladas ou não classificadas
Linguas mistas, crioulos e pidgins
<img src="Isolates_of_Amazonia.png" title="Línguas isoladas da Bolívia, Colômbia, Venezuela e Brasil" width="300" alt="Línguas isoladas da Bolívia, Colômbia, Venezuela e Brasil" />
Línguas ameríndias: conhecer, documentar, descrever (por Bruna Franchetto e Rafael Nonato)
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Fonte original: línguas indígenas da américa. Compartilhado com Creative Commons Attribution-ShareAlike 3.0 License
Gordon, Raymond G., Jr. (Ed.). 2005. Ethnologue: Languages of the World (15th ed.). Dallas, Texas: SIL International. . (Online version: http://www.ethnologue.com) ↩
. Acessado em 16 de setembro de 2021. Disponível em http://etnolinguistica.wdfiles.com/local--files/artigo%3Aseki-2000/seki_2000.pdf. ↩
Nikulin, Andrey. 2020. Proto-Macro-Jê: um estudo reconstrutivo. Tese de Doutorado em Linguística, Universidade de Brasília. ↩
Jolkesky, Marcelo Pinho de Valhery. 2016. Estudo arqueo-ecolinguístico das terras tropicais sul-americanas. Doutorado em Linguística. Universidade de Brasília. ↩
Eduardo Rivail Ribeiro e Marcelo Jolkesky. Catálogo de línguas indígenas sul-americanas. Biblioteca Digital Curt Nimuendajú. ↩