Abraxas (também escrito como Abrasax) é uma figura enigmática associada a diversos sistemas gnósticos dos primeiros séculos da Era Comum. Sua imagem, frequentemente representada com o corpo de um humano, a cabeça de um galo e pernas de serpente, carrega consigo uma rica simbologia. Abraxas é invocado em textos mágicos e é visto como uma divindade que incorpora tanto o bem quanto o mal, a luz e a escuridão.
Origens e História:
A figura de Abraxas aparece proeminentemente em textos de seitas gnósticas como a dos Basilideanos. Basilides, um influente professor gnóstico do século II d.C., ensinava que Abraxas era o Grande Arconte, a cabeça de 365 eons (emanações divinas) que emanavam do Deus inefável. Essa visão colocava Abraxas como uma divindade superior, responsável pela criação do mundo material e suas complexidades. Embora associado ao gnosticismo, elementos de sua simbologia podem ter raízes em tradições egípcias, persas e judaicas.
Simbologia e Significado:
A complexa iconografia de Abraxas é carregada de simbolismo. A cabeça de galo representa clarividência e vigilância. As pernas de serpente simbolizam a inteligência e o poder terreno. O chicote e o escudo que frequentemente porta representam, respectivamente, o poder de mando e a proteção. A soma dos valores numéricos das letras gregas que formam seu nome (ΑΒΡΑΣΑΞ) resulta em 365, o número de dias do ano, reforçando sua associação com o tempo, o ciclo cósmico e a totalidade.
Interpretações e Influências Posteriores:
Ao longo da história, Abraxas foi interpretado de diversas maneiras. Alguns o viam como uma divindade demoníaca, enquanto outros o consideravam uma representação da unidade cósmica e do equilíbrio entre forças opostas. No século XX, o psiquiatra suíço Carl Jung incorporou Abraxas em sua teoria psicológica, vendo-o como uma divindade que transcende o bem e o mal, representando a totalidade da psique humana. Abraxas também influenciou a literatura e a arte, aparecendo em obras como "Demian" de Hermann Hesse, onde representa uma força vital ambígua e transformadora. A figura de Abraxas continua a fascinar e inspirar, representando a busca pela compreensão da complexidade da existência e a integração de opostos.
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